segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Bola de Natal

O Vítor era o miúdo mais traquina da Zona da Sé, não havia dia nenhum que não se metesse em sarilhos! A tia Lili, uma senhora já com uma certa idade, era quem tomava conta dele enquanto os pais estavam a trabalhar. 
Para variar, o Vítor tinha pregado uma partida feia à tia Lili e ela pô-lo de castigo... sentado numa cadeira, na sala, lá estava o Vítor sem autorização para se mexer ou falar! Mas ninguém o podia impedir de pensar, usar a sua imaginação e inventar uma história para contar, logo mais à noitinha ao pai ou à mãe, quando estes lhe perguntassem o que tinha feito durante o dia?! 

Hoje está um lindo dia para dar um passeio, vou ver se encontro algum amigo lá fora para brincar. Então, à medida que se embrenhava nas ruas não via nenhum amigo para brincar mas olhava admirado para as casas e árvores, eram grandes e sombrias pensava... Foi então que algo lhe chamou deveras a atenção, ficava longe, parecia uma bola vermelha e brilhava como uma Bola de Natal.

Mas que coisa seria aquela, pensava o Vítor, enquanto se aproximava um pouco mais... uma maçã! Sim parecia uma bela maçã redonda e grande como ele nunca vira antes. Estava decidido, ele queria aquela maçã. Não importava como ia consegui-la, estava disposto a tudo para alcançar os seus intentos. 

Se fosse mesmo necessário o Vítor estava decidido a subir a árvore. Sim, era isso mesmo, ia subir a macieira. Quando ia já a meio do caminho, uma pernada onde se sustentava quebrou e ele caiu. Magoou-se um pouco, mas não queria desistir e então pensou para si: 
- “Não prestei atenção onde pus os pés... Vou subir com mais cuidado!” 

Decidido, resolveu tentar outra vez. E nesse momento, quando nada o faria prever, começou a cair uma chuva muito forte seguida de trovões. Mas o Vítor não tinha medo da trovoada e muito menos da chuva. Estava quase a conseguir quando, de repente, se ouviu um enorme relâmpago e um raio muito brilhante caiu sobre a macieira, mesmo junto a ele. O Vítor apanhou o maior susto da sua vida e, de novo, caiu da árvore.
 Estava quase a desistir, mas eis que a chuva pára de cair e o Vítor imagina o quão deliciosa e suculenta deve ser aquela bela maçã vermelha e mais uma vez se decide a subir. Quando ele já tinha subido um bom pedaço, pernadas caiem. Ele desvia-se para não se magoar novamente. Depois de analisar a situação com cuidado decidiu que o melhor, seria subir com uma corda e assim fez. Mas o Vítor não estava com sorte e no meio da subida, a corda partiu-se e ele caiu uma vez mais... 


O Vítor começou a achar que aquilo já eram obstáculos a mais e se calhar não conseguia subir ao cimo da macieira porque a maçã devia ser mágica e não queria ser colhida. Pensou e repensou e decidiu que só lhe restava mais uma hipótese: ir buscar uma escada para subir. E se bem pensou, melhor o fez... Depois de colocar a escada, ele subiu e sorrindo comentou: 
- “Com a escada parece tudo mais fácil, acho que desta vez consigo!”. Finalmente chegou ao cimo da árvore. Muito contente, olhou a maçã e exclamou: 
- “Valeu a pena o trabalho que tive”. E colheu a fruta. Vitorioso, ele desceu e foi para casa. Enquanto isso pensava no que a tia Lili lhe dissera:  

- “Vitinho os obstáculos existirão sempre na vida das pessoas. Lutar e tentar vencê-los é o verdadeiro desafio”. 
Talvez se ele lhe oferecer a maçã, parecida com um bela bola vermelha de Natal, que custou tanto a colher ela o deixe ir para a rua jogar à bola. 
E sorriu.

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