quinta-feira, 23 de novembro de 2023

É𝐭𝐢𝐜𝐚: 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐢𝐦𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬, 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐮𝐦 𝐧𝐚 𝐬𝐮𝐚…

Texto de Artur Jorge - 22/11/2023 - Jornal Reconquista
Vitor Santos, embaixador do PNED, deixou recentemente em Castelo Branco uma perspetiva racional do envolvimento parental no contexto de ética e valores no desporto.
Vitor Santos, embaixador do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), deixou recentemente em Castelo Branco uma perspetiva racional do envolvimento parental no contexto de ética e valores no desporto.
Presente na Tertúlia de Ética levada a efeito pela Associação da Boa Esperança, o autor do livro Educar o Sonho: ética e envolvimento parental na prática desportiva, teve uma abordagem paradigmática a esta realidade dos tempos modernos, iniciando a reflexão pela sua génese.
“Nos finais da década de noventa os pais salvaram muitos clubes que estavam falidos”, quando enraizou no futebol o princípio do praticante pagador.
Abriu-se uma nova era e hoje a preponderância dos progenitores na área da formação desportiva é significativa.
No bom e no mau.
O Técnico Superior do Instituto Politécnico de Viseu não tem dúvidas que “os pais são um suporte emocional e têm sempre uma palavra a dizer”.
Serão sempre elemento imprescindível no processo, desde que protagonizem aquilo a que chama de “acompanhamento positivo”.
E o que é isso? “Não interferir nas funções técnicas e pedagógicas do treinador e valorizar o esforço e a experiência desportiva. Não o resultado”.
Vitor Santos reitera a importância parental no desporto de formação, mas não deixa de tocar nas feridas: “Os pais são adeptos dos próprios filhos. E, genericamente, não valorizam além disso. Quando o percurso dos filhos encerra, desligam-se do clube e do associativismo”.
Permanecem os treinadores, “que são o elo mais importante. São os líderes, aqueles que mais devem assumir a responsabilidade na transmissão e fortalecimentos dos valores e da ética”.
Aceita, perfeitamente, a admoestação disciplinar (cartões) nas categorias de base – “às vezes, um vermelho faria bem; a minha mãe dava-me uma nalgada e eu percebia logo e não repetia” – bem como a competição, “como momento de avaliação do processo” e volta a tocar numa prática recorrente nos jogos dos mais jovens: “O treinador durante a semana explica ao miúdo a contextualização do que é pretendido. No jogo, ao fim de semana, o pai está-lhe, constantemente, a dar outras orientações. O que é que acontece? Como gosta dos dois, a criança vai desiludir alguém. E vai falhar!”.
O embaixador do PNED advertiu para as agressões verbais a partir das bancadas, que “são facilmente penalizáveis com multas pesadas” e rematou com a imprescindibilidade de melhores comportamentos: “A partir de fora e da bancada toda a gente é incompetente. O árbitro porque nos vem roubar, o treinador porque não mete o filho, a Associação de Futebol porque só liga a isto ou àquilo, o presidente do clube porque só pensa nos juniores. Há um desrespeito enorme, Todos são incompetentes e o esperto sou eu, que estou tranquilamente sentado na bancada. Não ajudo, mas percebo de tudo!”. Dixit.



 

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