quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A justiça inflexível pode ser a maior das injustiças

A cessação das actividades do Clube Académico de Futebol caiu que nem uma bomba na cabeça de centenas de crianças e jovens. A angústia sentida quer por estes, quer pelos seus familiares, nada tem a ver com desporto, mas com a Justiça e o seu timing.
O fim, há muito anunciado, veio provocar a maior das tristezas em muitas famílias dos atletas academistas.
O CAF foi o primeiro clube a nível nacional a ser declarado insolvente, fazendo dos jovens academistas, que em nada contribuíram para esse desfecho, vítimas de um sistema que não os protegeu.
A Comunicação Social fez eco das frustrações de todos quantos diariamente faziam do Fontelo a sua segunda casa, que semanalmente trocavam o aconchego do lar pelos campos de futebol. A união patente entre a direcção do AVFC, pais, jovens e treinadores é demonstrativa da velha máxima: é nas grandes tormentas que se vêem as grandes coragens.
A decisão judicial teve consequências ao nível da participação das equipas de formação e do andebol nas competições. A Justiça não pode penalizar inocentes. Se é suposto ser a depositária dos grandes valores humanos e sociais, e o motor de um desenvolvimento harmonioso e sustentado, no que respeita a estas crianças e jovens, falhou na sua missão.
Agora é tempo de gerir o presente e promover a prática desportiva continuada destes jovens e começar a delinear uma estratégia de futuro. Exige-se rigor nas gestões associativas, mas não se pode deixar que estes cidadãos que se dedicam, gratuitamente, ao serviço da comunidade, desmotivem e deixem a actividade.
Começa-se a falar em «caça às bruxas», em vez de se apurar responsabilidades na gestão de dinheiros públicos.
Que o passado não mais condicione o futuro do desporto na Região.
Muitas vezes, é mais importante ter coragem para mudar de ideias, do que para se manter fiel às mesmas.

in Jornal do Centro (20-01-2006)


As grandes verdades são demasiado importantes para serem novas

O ano de 2006 começa sem trazer alguma novidade de que nos possamos orgulhar. Se a nível nacional as atitudes despropositadas continuam a ser noticia diariamente, por aqui fiquemos pelas grandes entrevistas e referências ao pior e melhor de 2005.
Pinto da Costa fala no desaparecimento dos clubes Alverca, Académico de Viseu, Farense e Salgueiros, na falência de Estoril, Ovarense em contraponto com a ostentação de riqueza da Federação Portuguesa de Futebol. Prioridades! O Presidente da República pede que os portugueses se consciencializem de que não há mais hipóteses de perderem tempo, de dar tiros nos pés. Responsáveis não há?!
Sabe-se que ninguém planeia o falhanço, só que algumas pessoas têm falhado no planeamento.
Em Viseu, o fim do futebol profissional do CAF foi a marca negativa do ano e a requalificação do Fontelo a positiva. Por vezes é necessário dar dois passos atrás para se dar muitos em frente. Que seja o caso do CAF.
O Fontelo vai ser, inquestionavelmente, o grande pólo de desenvolvimento desportivo da região. As estruturas construídas vão ser de capital importância e só se espera que os viseenses possam usufruir delas.
No caso CAF ficam para a história 92 anos de existência, mas não se pode andar a ajudar continuamente uma Instituição fazendo o que ela devia ter feito por si própria. Quem morre paga todas as suas dívidas.
Quanto ao Académico de Viseu … tornar-se pai é fácil, difícil é sê-lo.
O Congresso do Desporto em Viseu não vai trazer nada de novo. Oportunidade perdida.

in Jornal do Centro (06-01-2006)

É mãe de atleta?

Nos dias de hoje, cada vez mais são as mães a acompanharem os filhos na prática desportiva. Nos jogos essa presença é partilhada com o pai, ...