sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Requalificação do Estádio do Fontelo

A propósito da recente e badalada falência dos projectos dos Estádios de Futebol de Aveiro, Leiria e Algarve, têm sido notadas as vozes de agradecimento ao Presidente da Câmara Municipal de Viseu por não ter entrado na onda, aquando do Euro 2004. E, nesse contexto, não deixo de louvar Fernando Ruas por na ocasião ter procurado que Viseu fizesse parte das cidades onde se realizaram os jogos.
O interior acabou por ficar arredado deste evento, tendo Viseu condições para assumir o desafio como tantas vezes o Presidente da CMV o afirmou. Agora vir a palco, dar graças por estarmos de fora daquela triste realidade, parece-me ainda assim, uma leitura oportunista ou no mínimo demasiado simplista. O que está mal não terá sido a requalificação ou construção daqueles Estádios mas sim o número e os locais onde tal aconteceu.
Viseu até poderá ser (não o é!!) uma cidadezinha em relação a cidades do litoral mas pede meças a quaisquer uma delas quando toca a encher estádios. Para os mais arredados da discussão, recordo que Viseu quando estava na 1.ª divisão de futebol foi o 4º clube com mais assistência nos campos, a seguir aos três grandes do futebol português e como tal, se mais não houvesse só por isto, diria que comparar o Parque do Fontelo com os existentes nas cidades referidas é estar completamente desatento ao fenómeno desportivo. As Beiras uniram-se, naquele tempo, em torno de um clube e de Lamego a Belmonte, de Pinhel a Oliveira do Hospital todas as estradas nacionais ou regionais, conduziam no fim de semana a Viseu. A região identificava-se com o clube que a representava e galvanizava as suas gentes a encher as apertadas e curtas bancadas do Estádio Municipal do Fontelo.
Com o fim deste cenário pelas razões conhecidas que, o então Académico atravessou, a requalificação do Estádio deixou de ser e ainda hoje não o será uma prioridade actual mas espera-se que o Fontelo a breve prazo seja motivo de um plano de intervenção bem estudado que, complemente as melhorias que têm sido ali realizadas.
E digo bem estudado porque, pior do que o dinheiro que lá se poderá gastar é fazê-lo sem visão de futuro, à semelhança do que se fez nos citados Estádios. Viseu, acredito eu, saberá justificar um estádio moderno com salas de apoio a atletas, treinadores, jornalistas, “corredores de fim de semana”, enfim… um Estádio útil. Não temos um Estádio novo às moscas e alvo de falência é certo mas, também não precisamos de um ter um Estádio velho, acabado, gasto, sem condições para os atletas e para os espectadores para gáudio de alguns, pois não?
Pelo Fontelo passam diariamente mais de 6 clubes e ao fim de semana realizam-se dezenas de jogos envolvendo centenas de jovens. O Fontelo não é, nem nunca foi, ao contrário do Mário Duarte em Aveiro ou do Magalhães Pessoa em Leiria da exclusividade de um só clube e Viseu é e tem sido, uma região com muito e bom desporto de competição, que não se resume à falência do Estádio de futebol, como alguns querem fazer passar.
E por isso e para ser coerente comigo mesmo, não posso deixar passar as opiniões sobre a falência dos Estádios do Euro de uma forma simplista e desapropriada, quando Viseu não tem alta competição, não tem desporto profissional, não tem uma referência desportiva em nenhuma modalidade mas também não tem as condições que deveria ter…
E não tem porque as prioridades são outras!
Votos de louvor nessa matéria valem o que valem!
in Jornal do Centro de 29 de Janeiro de 2010

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