quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Tentar objectivar o subjectivo

Como qualquer outra subdivisão que se faça na Imprensa a informação desportiva ressupõe saber específico. Esperava-se que, no Século XXI, o relato escrito dos jogos não fossem feitos pelos curiosos que vão ao fim-de-semana aos espaços desportivos e em seguida telefonam para a redacção a dar as equipas e os comentários aos jogos.
Infelizmente este fenómeno ainda se verifica, na Imprensa regional, devido aos elevados custos que acarreta ter jornalistas profissionais nos quadros. Mas que isenção tem esta informação?! Pode-se sempre dizer que é melhor ter esta que não ter nenhuma e tem uma certa lógica. As probabilidades de ver um texto publicado sobre a «nossa» equipa aumentam. Mas é perigosa esta aproximação com o jornalista.

Muitas das vezes o jornalista escreve sobre o que não presenciou, pelo que deve fazer uma escrita informativa, mais factual (constituição das equipas, substituições, acção disciplinar, golos). Num meio pequeno o jornalista é facilmente identificado.
É que o jornalista é como os treinadores. O seu trabalho é público e diariamente encontra pessoas que se consideram aptos a criticá-lo. Assim como o treinador, o profissional da informação tem sempre alguém na bancada que se diz capaz de fazer uma equipa melhor. Um pode compreender o outro.
Onde começa o jornalista e termina o amigo? Um e outro descobrem a fronteira no dia em que surge o primeiro choque.
No mundo do desporto a função do jornalista só encontra paralelo na do treinador.

in Jornal do Centro de 31 de Março de 2006

Fontelo: um espaço de excelência

A requalificação do Fontelo é um motivo de esperança na evolução do desporto federado viseense. Não se pode fechar os olhos ao trabalho que ali está a ser feito. As instalações estão belíssimas e funcionais.
O futebol de formação será o grande beneficiado da melhoria desta estrutura desportiva. Espera-se que outros desportos beneficiem deste magnífico espaço, que é o Fontelo.
A filosofia que acompanha a prática desportiva juvenil, no universo de todos aqueles que intervêm nesta área, está ainda fortemente dependente da sensibilidade de cada um dos intervenientes, sendo construída, maioritariamente, de uma forma espontânea e intuitiva, fruto de diversos factores condicionantes que quase sempre actuam de forma aleatória e com pouco sentido regulador, deixando ao livre arbítrio dos intervenientes e à respectiva capacidade de reflexão, a sua utilização numa ou noutra direcção.
Este é um tempo de mudanças. Aguarda-se, agora, a criação de um projecto desportivo para um crescimento sustentado da prática desportiva em Viseu. Autarquia e clubes devem trilhar o mesmo caminho, devem buscar a excelência que estas instalações desportivas e a qualidade dos Técnicos permitem acalentar.
Os Técnicos desempenham uma função central no desenvolvimento do jovem atleta, do ponto de vista físico, psicológico, emocional e social. Para desenvolverem este trabalho os Técnicos precisam de condições para o realizarem. O Fontelo começa agora a ter.
in Jornal do Centro de 15 de Março de 2006

O verdadeiro espírito de cidadania consiste também em exigir qualidade

A Imprensa regional tem dado boas notícias no que respeita às novas estruturas desportivas que se estão a projectar em Viseu. Não vale muito falar em atrasos, mas em programa de rentabilização das mesmas a curto/médio prazo.
Os trabalhos de requalificação das instalações desportivas do Fontelo e o facto de Viseu ter sido contemplado pelo projecto Hat-Trick, promovido pela UEFA, auguram um futuro mais feliz para o desporto viseense.
Fazendo contas aos metros quadrados de superfície desportiva útil criada nas últimas décadas e extrapolando para o futuro, à taxa média de crescimento da oferta de equipamentos, o nível viseense ainda vai levar tempo a alcançar a satisfação total.
Mas já é um bom começo.
Espera-se que estes projectos transmitam uma imagem de qualidade, de seriedade e de exigência, no que se refere à sua utilização por aqueles que as vão frequentar. Por isso deve-se defender a necessidade de uma equipa de técnicos especialistas diversificados na coordenação e monitorização destes novos espaços.
A Alta competição tem de voltar a passar por Viseu e essa é sinónimo de excelência em todas as suas componentes, devendo essa qualidade estar presente em tudo que a caracteriza e rodeia. Recursos Físicos e Humanos complementam-se e alcançam resultados de excelência.
É altura de se acabar de vez com a mentalidade do «apito dourado». Esta não produz qualidade, não motiva os verdadeiros atletas campeões e só produz resultados efémeros, que têm hipotecado o futuro.

in Jornal do Centro (03 de Março de 2006)

É mãe de atleta?

Nos dias de hoje, cada vez mais são as mães a acompanharem os filhos na prática desportiva. Nos jogos essa presença é partilhada com o pai, ...