quinta-feira, 11 de março de 2021

Sei o que fizeste no jogo passado

 As competições profissionais têm decorrido e podemos afirmar que ainda são das poucas distrações, espetáculos que nos permitem "desligar", por momentos, da situação atual de pandemia, dor e ansiedade em que vivemos.

Infelizmente o futebol profissional não tem tido por parte dos seus protagonistas, mais mediáticos, atitudes que apaixonem o adepto pelo desporto. Continuam os egos e a bacoquice das guerras e guerrinhas. A gestão emocional é uma competência intrínseca aos vencedores.

Os presidentes, dirigentes, treinadores ou funcionários dos clubes têm de ser penalizados monetariamente pelos seus atos. Coimas elevadas. Se tiverem coimas de milhares de euros, duplicando a cada ação, vamos ver se aprendem a perder ou não. Quando lhe forem aos bolsos vão começar a pensar antes de terem comportamentos saltitantes. Não é preciso suspender os agentes desportivos. É aplicar-lhe multas em função dos ordenados de luxo que recebem. Esta solução é válida para todos os agentes ligados aos clubes: do dirigismo à comunicação.

Atirar culpas pelo insucesso para os outros é estar a desresponsabilizar quem decididamente deve ser melhor e assim estar mais perto de ganhar. E são os que recebem MILHÕES. Repito: MILHÕES.

desenho de Paulo Medeiros

Estes comportamentos desviantes só servem para os paineleiros e pseudocomentadores e as suas teses mirabolantes de entendidos de tudo e de todos, além de julgarem o próximo pelo seu próprio espelho. Se o ridículo matasse!! Mas no desporto não existem ses. Já nada os envergonha. Será que pensam que estamos no século passado e somos "carneirada" que engole tudo?! Que não sabemos diferenciar o que é sério e o que é encenado? O que é certo e o que é errado? Quem tem agenda própria e presta vassalagem e quem não tem?

O que hoje é penalty, amanhã se for contra nós já não o é. O atleta que comete um erro é um vendido quando é contra o nosso clube, se for a nosso favor foi infeliz. Quem dá palco a esta gente?! Formação académica não é sinónimo de valores. Muitos antigos dirigentes, treinadores, jogadores ou árbitros também já se esqueceram de onde vieram.

Os clubes que tanto protestam, e são sempre os mesmos, nada fazem para alterar o rumo da situação. Não interessa puxarem pela memória. Basta que pensem no presente e no esforço louvável que fazem para jogarem de 3 em 3 dias e valorizarem o que se tem. De que vale tanto trabalho, tanto esforço e dedicação se depois tudo se resume a fazerem ruído? Nem desfrutam do jogo, nem deixam que o façamos. Os regulamentos disciplinares podem sempre ser melhorados. Porque têm os clubes medo de o fazer?! Porque preferem que tudo se mantenha na mesma?!

A pressão exercida sobre a arbitragem ajuda a que as situações não corram como todos desejávamos. É demasiado. Ultrapassa limites. Os comportamentos nos bancos são de bradar ao céu. Ninguém assume responsabilidades?! Os árbitros portugueses quando atuam em jogos da UEFA ou da FIFA não tem tido grandes problemas. Não são piores que os dos outros países. Porque os agentes desportivos (dirigentes, treinadores, diretores de comunicação, jogadores), que por cá tanto falam e saltam, nas competições europeias têm comportamentos civilizados e de desportistas? Afinal sabem estar, mesmo quando não ganham!! Então em que ficamos?! Fora de portas todos se sabem comportar e ter boas prestações. Quando entram em território nacional é o ruído completo.

Queremos desporto. Futebol. Espetáculo. Competição. É assim tão difícil perceber isso?!

segunda-feira, 8 de março de 2021

A Mulher e o Desporto

Há anos que questiono porque não há mais mulheres espetadoras no desporto?! – mães e esposas não contam, pois acompanham os familiares. O desporto, assim como a vida, não é só de uma cor. É muito mais do que isso. A sua policromia consiste na alegria, na festa, na diversão, no convívio, no fazer dos jogos um tempo e um lugar de encontro. E as mulheres gostam disso. Sabem fazer isso. Infelizmente a participação da mulher no desporto é, ainda, desvalorizada, muito porque o modelo de organização desportiva, nos seus primórdios, foi idealizado por e para os homens, e as mulheres não contavam.
No alto rendimento, a taxa de feminização é cerca de 30 por cento, que equivale a cerca de duas vezes menos que a dos homens. Não chegam medidas simbólicas, por muita importância que tenham. Temos de eliminar o preconceito e a desigualdade de oportunidades entre mulheres e homens. O desporto pode, e deve ser um exemplo de integração e de afirmação da mulher na sociedade.
Apenas um em cada 10 treinadores e um em cada 10 árbitros são mulheres. A quantidade e qualidade estão em crescimento e devemos, com os valores intrínsecos ao desporto, fazer a diferença pela positiva, promovendo a valorização da mulher na sociedade.
Enquanto atleta, é nos desportos individuais que a mulher tem um maior reconhecimento pelas suas performances, mas há muito que nas modalidades coletivas existe qualidade e que a competição substituiu o lazer. Não se pode ignorar o trabalho de tantas jovens e mulheres, nem o sacrifício com que o fazem.
Rosa Mota, Telma Monteiro, Patrícia Mamona, Jéssica Augusto, Auriol Dongmo: estes são os nomes de algumas atletas nacionais que ganharam destaque na sua modalidade desportiva. Exemplos de superação, trabalho e talento. Referências incontornáveis do desporto português.

                                                    Patrícia Mamona, campeã europeia de triplo salto em pista coberta

No futebol feminino temos assistido a uma evolução fantástica. Hoje já competem com qualquer outra seleção do mundo. A comunicação social não trata, ainda, com igualdade as performances do desporto feminino e masculino.

No dirigismo, os casos de mulheres com funções dirigentes nas organizações desportivas são raros. A erradicação dos estereótipos de género desempenha um papel fundamental na eliminação das barreiras que limitam o acesso das mulheres a posições de liderança no desporto.

Os cargos devem ser ocupados pelo mérito. E existem muitas mulheres que o têm. Apesar do aumento gradual da sua participação no desporto, as mulheres continuam sub-representadas nos órgãos de decisão das instituições desportivas a nível local, nacional, europeu e mundial.

O desporto é muito mais bonito e melhor com ELAS. A nível regional a participação da mulher é já bastante numerosa e com resultados que nos orgulham.

A todas vós, os meus mais sinceros parabéns!

Gosto, mesmo, de vos ver por cá!


Os pais também jogam

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