segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Ser ATLETA - TENACIDADE

 Os pais bem informados sabem da importância de que se reveste para o desenvolvimento dos seus filhos a prática desportiva. No entanto, sentem por vezes dificuldades em escolher a modalidade concreta para essa prática.

A escolha da modalidade a praticar pelos filhos deve ser feita pelo gosto que a criança tem por esse desporto. A paixão é importante. No entanto todos devemos ajudar na escolha da modalidade, porque têm especificidades diferentes, mas deixar que seja a criança/jovem a decidir por si mesmo qual a modalidade que quer praticar. Poderá mesmo experimentar várias.

Se o “desporto de rua” uma prática espontânea entre crianças da mesma zona desapareceu o aparecimento de centros/escolas para o ensino organizado da prática desportiva cresceu e hoje a oferta é mais variada e com qualidade. No entanto as crianças são capazes de organizar competições e já sabem quem são os melhores (quando escolhem as equipas, os primeiros a serem escolhidos são sempre os melhores) e não precisam da competição tão formal para o saber. Neste contexto do jogo infantil, a competição tem um alcance formativo, por quanto são as próprias a valorizar o que se é capaz de fazer e não quem ganha. O processo é sempre mais importante que o resultado. É ao desporto federado que cabe proceder a transformações profundas que permitam corrigir erros que vêm sendo praticados com crianças, em particular, com menos de 12 anos.

O foco é a retoma desportiva e o fundamental é trabalhar o processo/tarefa e relevar o resultado/classificação.

A prática desportiva tem uma influência favorável sobre o organismo em crescimento. É indispensável durante a infância e adolescência, de modo assegurar um desenvolvimento saudável.

Num estudo[1] realizado a propósito do confinamento, a que todos fomos sujeitos, foram identificados, imediatamente, fatores de risco para jovens atletas: Isolamento social; Diminuição da atividade física; Rotinas alteradas ou inexistentes; Incerteza; Stress familiar (económico?!) e sem a oportunidade de competir.

E concluiu-se que quem é praticante desportivo superou melhor o confinamento. Porquê? Porque desporto é superação. Desportistas são resilientes. A paixão; A tenacidade: Capacidade de responder a situações difíceis e de lidar com a adversidade (Capacidade de adaptação); Exercício físico (mesmo que limitado); Alimentação mais cuidada; Sobrepor o coletivo ao individual; Espírito de sacrifício; entreajuda; solidariedade; A equipa funcionou como rede/suporte e mantiveram-se contactos (via novas tecnologias) com colegas e treinadores.

O professor Jorge Silvério explica na perfeição estes resultados através da tenacidade:

 

Quando as crianças praticam uma atividade desportiva, o seu organismo adapta-se ao esforço. Estas adaptações manifestam-se ao nível do sistema cardiorrespiratório e muscular. O sistema cardiorrespiratório não se desenvolve na mesma maneira no caso das crianças que treinam regularmente e no caso de crianças sedentárias. Esta diferença traduz-se entre outras, por diferenças relativas às capacidades funcionais.

As crianças e os jovens têm necessidade de muito movimento para que o seu organismo se desenvolva harmoniosamente. Deste modo a prática de atividades físicas e desportivas deve ser encorajada e explicada aos pais.

Perante tudo isto só resta aconselhar para que a criança pratique desporto. Tão só, e somente isto!

@educarosonho

    



[1] Estudo coordenado pela Doutora Liliana Pitacho

 

Cartão Branco para treinadores do Grupo Desportivo de Mangualde

A equipa técnica do Grupo Desportivo de Mangualde recebeu hoje o Cartão Branco, no jogo a contar para o Campeonato Distrital de Sub15 frente ao Silgueiros, da Associação de Futebol de Viseu.

Apercebendo-se que o adversário iria iniciar o encontro com apenas 10 jogadores, os treinadores Marco Amaral e João Costa, decidiram retirar também um jogador de campo, permitindo desta forma que o jogo se realizasse com 10 jogadores para cada lado.

"𝘈 𝘱𝘳𝘪𝘯𝘤𝘪𝘱𝘢𝘭 𝘧𝘶𝘯çã𝘰 𝘥𝘦 𝘶𝘮 𝘵𝘳𝘦𝘪𝘯𝘢𝘥𝘰𝘳 𝘥𝘢 𝘧𝘰𝘳𝘮𝘢çã𝘰 é 𝘱𝘰𝘵𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢𝘳 𝘰 𝘢𝘵𝘭𝘦𝘵𝘢 𝘦 𝘯ã𝘰 𝘷𝘦𝘯𝘤𝘦𝘳 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘷𝘦𝘻𝘦𝘴. 𝘌𝘴𝘵𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘮𝘱𝘦𝘯𝘩𝘰 𝘵𝘦𝘮 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘳 𝘦𝘯𝘲𝘶𝘢𝘥𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘢 𝘧𝘪𝘭𝘰𝘴𝘰𝘧𝘪𝘢 𝘥𝘰 𝘤𝘭𝘶𝘣𝘦 𝘦 𝘤𝘰𝘰𝘳𝘥𝘦𝘯𝘢𝘥𝘰 𝘱𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘵𝘦𝘮 𝘦𝘴𝘴𝘢 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘴𝘢𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘵𝘭𝘦𝘵𝘢𝘴 𝘦 𝘧𝘢𝘮𝘪𝘭𝘪𝘢𝘳𝘦𝘴 𝘱𝘦𝘳𝘤𝘦𝘣𝘢𝘮 𝘥𝘦𝘴𝘥𝘦 𝘪𝘯í𝘤𝘪𝘰 𝘢𝘴 𝘵𝘰𝘮𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘥𝘦𝘤𝘪𝘴õ𝘦𝘴. É 𝘱𝘰𝘴𝘴í𝘷𝘦𝘭 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘦𝘵𝘪𝘳 𝘤𝘰𝘮 é𝘵𝘪𝘤𝘢. 𝘔𝘶𝘪𝘵𝘰𝘴 𝘫á 𝘯𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘵ã𝘰 𝘢 𝘦𝘯𝘴𝘪𝘯𝘢𝘳 𝘪𝘴𝘴𝘰. 𝘌𝘹𝘪𝘴𝘵𝘦𝘮 𝘷á𝘳𝘪𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘳𝘢𝘵é𝘨𝘪𝘢𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘰𝘴 𝘵𝘳𝘦𝘪𝘯𝘢𝘥𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘦 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘮 𝘶𝘴𝘢𝘳 𝘯𝘦𝘴𝘵𝘦𝘴 𝘤𝘢𝘴𝘰𝘴. 𝘔𝘢𝘳𝘤𝘰 𝘈𝘮𝘢𝘳𝘢𝘭 𝘦 𝘑𝘰ã𝘰 𝘊𝘰𝘴𝘵𝘢 𝘥𝘦𝘳𝘢𝘮 h𝘰j𝘦 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘶𝘮 𝘣𝘰𝘮 𝘦𝘹𝘦𝘮𝘱𝘭𝘰 𝘥𝘰 𝘤𝘢𝘮𝘪𝘯𝘩𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘳 𝘈 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵â𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘦𝘴 𝘤𝘢𝘳𝘵õ𝘦𝘴 𝘣𝘳𝘢𝘯𝘤𝘰𝘴, 𝘷𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘱𝘰𝘳𝘵𝘰 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘶𝘮𝘢 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘭𝘢 𝘥𝘦 𝘷𝘢𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴, é 𝘵𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳 𝘦𝘥𝘶𝘤𝘢𝘳 𝘵𝘢𝘮𝘣é𝘮 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘦𝘴𝘵á 𝘧𝘰𝘳𝘢 𝘥𝘰 𝘤𝘢𝘮𝘱𝘰. É 𝘦𝘥𝘶𝘤𝘢𝘳 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘦𝘴𝘵á 𝘢 𝘷𝘦𝘳 𝘰 𝘫𝘰𝘨𝘰. 𝘌𝘴𝘱𝘦𝘳𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘶𝘯𝘪𝘤𝘢çã𝘰 𝘴𝘰𝘤𝘪𝘢𝘭 𝘴𝘦𝘫𝘢, 𝘦𝘯𝘲𝘶𝘢𝘯𝘵𝘰 ó𝘳𝘨ã𝘰 𝘥𝘦 𝘪𝘯𝘧𝘰𝘳𝘮𝘢çã𝘰 𝘱𝘦𝘳𝘵𝘪𝘯𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘦 𝘳𝘪𝘨𝘰𝘳𝘰𝘴𝘰, 𝘶𝘮 𝘷𝘦í𝘤𝘶𝘭𝘰 𝘥𝘦 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘮𝘪𝘴𝘴ã𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘢𝘴 𝘢çõ𝘦𝘴 𝘦, 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘲𝘶𝘦𝘯𝘵𝘦𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘦𝘴 𝘷𝘢𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴. 𝘗𝘢𝘳𝘢 𝘶𝘮 𝘵𝘳𝘦𝘪𝘯𝘢𝘥𝘰𝘳 𝘥𝘢 𝘧𝘰𝘳𝘮𝘢çã𝘰 𝘰 𝘧𝘰𝘤𝘰 é 𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘤𝘦𝘴𝘴𝘰 𝘦 𝘯𝘶𝘯𝘤𝘢 𝘰 𝘳𝘦𝘴𝘶𝘭𝘵𝘢𝘥𝘰. 𝘈𝘭𝘪á𝘴 𝘰 𝘳𝘦𝘴𝘶𝘭𝘵𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘦𝘮 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘳𝘦𝘴𝘴𝘢 𝘢𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳á𝘳𝘪𝘰 𝘥𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰𝘴 𝘤𝘭𝘶𝘣𝘦𝘴 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘪𝘯𝘶𝘢𝘮 𝘢 𝘱𝘶𝘣𝘭𝘪𝘤𝘪𝘵𝘢𝘳 𝘯𝘢𝘴 𝘴𝘶𝘢𝘴 𝘳𝘦𝘥𝘦𝘴 𝘴𝘰𝘤𝘪𝘢𝘪𝘴"

O árbitro Luís Castainça exibiu o Cartão Branco como forma de premiar esta atitude.


Parabéns ao GDM, aos treinadores e árbitro. Todos merecem o nosso reconhecimento e aplauso.

𝐉𝐨𝐯𝐞𝐧𝐬 𝐣𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐝ã𝐨 ‘𝐥𝐢çã𝐨’ 𝐚 𝐩𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞𝐧𝐝𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐧𝐚𝐬 𝐛𝐚𝐧𝐜𝐚𝐝𝐚𝐬

Os jovens jogadores das equipas de infantis do Grupo Desportivo de Benavente e do Grupo Desportivo de Samora Correia deram este sábado, 16 de Outubro, uma verdadeira ‘lição’ de desportivismo aos pais, que se encontravam na bancada e se desentenderam durante o encontro.

Apesar de ser dos escalões de formação, o derby do concelho de Benavente, levou a que alguns pais entrassem em desentendimento, sem que no entanto tenha existido registo de confrontos físicos, mas ainda assim os jovens decidiram mostrar aos pais, que tudo não passou de um jogo de futebol e que mais importante que o resultado de 9 a 3 para a equipa de Benavente, era a sua formação como homens.


No final da partida os jovens atletas, com idades entre os 12 e 13 anos, recolheram ao balneário, e pouco tempo depois regressaram juntos, de mãos dadas, mostrando um claro repúdio para com o comportamento dos progenitores.
O gesto dos jovens atletas, a que se juntaram treinadores e dirigentes presentes, mereceu mesmo o aplauso da Associação de Futebol de Santarém que considerou mesmo este um “gesto notável”.



quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Quero ser árbitro(a)

Em Portugal, onde a paixão clubística é exacerbada, a atividade de árbitro de futebol não parece ser uma das mais tranquilas de exercer. Perante todo o ruído que se gera à volta do ganhar ou perder, a atividade de árbitro é algo que poucos, ainda, escolhem como carreira e se arriscam a fazer. O crescente destaque dado às diferenças clubistas, de investimentos financeiros e outras, minimizando as qualidades técnicas e desportivas que são comuns a todos, cria rivalidades que são exteriores à prática e à competição desportiva e que as descaracterizam.

A formação de árbitros em Portugal é atualmente bastante completa, exigente e com muita qualidade. Os jovens que começam a atividade têm noção de que vivem semanalmente com o primado da competência que constitui uma constante exigência dos atletas, treinadores, dirigentes, comunicação social e adeptos. O trabalho, invisível, que se faz durante a semana é imenso, sendo os jovens preparados nas várias vertentes e constantemente avaliados e escrutinados.

A verdade é que a arbitragem é apaixonante. Permite a prática desportiva (treinos físicos e técnicos) e a participação nas competições desportivas. A arbitragem proporciona a oportunidade de muitos chegarem a estádios míticos e pisarem relvados que fazem parte do imaginário de todos os desportistas. O árbitro é mais um agente desportivo que tem ele próprio competição com os seus pares. Em resumo, a arbitragem tem todas as componentes que os jovens apreciam.

É fundamental promover junto das crianças que, a partir dos 14 anos, podem tirar o curso e que a arbitragem é uma carreira enriquecedora em termos pessoais, sociais e desportivos. Os pais, há que informá-los de que a arbitragem é uma escola para a cidadania e que, em idade de influências, esta é das positivas. Aqui os jovens aprendem a assumir compromissos e a tomar decisões, que são comportamentos tão importantes para a nossa vida.

"Não conheço nenhum jovem árbitro(a) que tenha seguido o caminho da delinquência. Não conheço nenhum que abuse do álcool ou que consuma regularmente substâncias proibidas. Os jovens árbitros estão sempre a aprender. Aprendem a assumir as consequências das suas decisões, a lidar com a crítica e a gerir emoções. Aprendem a ignorar o insulto, a sancionar o prevaricador e a aplicar a justiça. Aprendem a acertar e a errar. Levam um estilo de vida saudável e disciplinado, que os torna melhores pessoas, melhores seres humanos." Duarte Gomes, in Expresso de 17/10/2021.

Toda a intervenção do árbitro é, garantidamente, uma intervenção humana. Treinadores, atletas, dirigentes e jornalistas têm de fazer prova da sua correta formação desportiva, devendo ser os primeiros a compreender que os árbitros são humanos e não podem deixar de errar!

Arbitrar não é sancionar de maneira automática, é interpretar – de modo humanamente falível, mas igualmente de modo fundamentado – a verdade de um jogo que, embora sujeito a regras, a cada passo evidencia situações irrepetíveis das circunstâncias, em diferentes contextos, dos agentes e dos desempenhos. Por isso, arbitrar não é assim tão fácil.

A mediatização a que o desporto está sujeito, designadamente na televisão, generalizou um conceito de competição-conflito. Julga-se muito a árvore pela floresta! Transporta-se da televisão para o campo, mesmo que neste estejam crianças ou jovens a jogar e a arbitrar. O árbitro é o primeiro garante da verdade desportiva de uma competição. Assim fossem todos os outros agentes.

Perante tudo isto, só resta aconselhar que os jovens tirem o curso de árbitro e sintam o tão apaixonante que é esta atividade na sua génese. Tão só, e somente isto!


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Nota: O Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Viseu realiza cursos sistematicamente e têm aumentado o número de árbitros nas competições nacionais (quadro em baixo).



Faltas cá tu!

Envia um email para arbitragem@afv.pt e faz a tua pré-inscrição.

Atreve-te a ser juiz(a)!




Os pais também jogam

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