sexta-feira, 22 de março de 2024

PAIS SÃO PIOR QUE CRIANÇAS

"Nada é mais educativo que os exemplos, e não é com maus exemplos que melhor educam. Se acreditamos que o desporto para os mais jovens é um processo educativo e formativo, todos devemos contribuir para essa finalidade, a começar pelos pais.
É necessário aprender a conviver com esta realidade: todos somos potenciais desestabilizadores, mas, com valores humanos e uma educação adequada e atempada, podemos enfrentar a situação com êxito e fazer com que esta sucessão de problemas tenha um impacto mínimo."



segunda-feira, 18 de março de 2024

O meu pai é TOP

Sou um jovem de 15 anos. Adoro o desporto. De todas as minhas atividades é a que mais gosto. Não vou identificar-me. Creio não ser importante para o que quero dizer, que são coisas em que vou pensando, vivências que vou tendo.

Escrevo por ser mais fácil. Faço-o com orgulho. O meu pai continua a ser para mim a pessoa mais importante. Que admiro. Por isso, esta carta não pretende ser uma compilação de queixas, azedumes, ou outras manifestações e sentimentos pouco próprios de um filho desportista.

Sabem, os jovens têm um sentido de justiça muito agudo. Fazem a sua leitura das coisas, refletem sobre elas. Têm, pois, opiniões. Não sei o valor das minhas, mas mesmo assim quero expô-las.

As questões de que vos vou falar não dirão muito a alguns dos meus amigos atletas. Provavelmente não partilhariam as minhas opiniões. Mas sei que outros jovens pensam como eu. Estou certo de que as vão apreciar.

Não é do treino – o que treinar, como treinar? – que quero falar-vos. Quem sou eu para o fazer? Como pretender ensinar algo que não domino? Não tenho competências para tal.

Quero falar-vos de mim, de alguns de nós e da nossa rotina. Da dificuldade que experimento como pessoa que estuda, pratica desporto e muitas outras atividades. Que vive os problemas do seu tempo. Que tem os seus próprios problemas, dificuldades, sensibilidades, na aprendizagem do mundo.

De um mundo que os nossos pais, os adultos, pensaram para nós. À sua medida, à sua imagem. Dos seus anseios, das responsabilidades que pretendem que assumamos no futuro. Não cuidando de saber de outras coisas importantes. De nós, do nosso tempo, do tempo de sermos jovens. De como pretendemos vivê-lo.

Felizmente o meu pai não é assim. Não se comporta como os outros que gritam, insultam, humilham! Diz-me sempre para eu ser feliz com a idade que tenho. E que viva. Que não tenha pressa de ser adulto.

Desde os 7 anos que jogo futebol e continua a ter a mesma postura, a mesma serenidade e o discurso que sempre teve. Não me exige nada que eu não possa dar.

Lembro bem o primeiro dia, já lá vão quase 8 anos. Quando pela primeira vez entrei nos balneários e vesti a camisola do nosso clube. Tremendo com a emoção. Parecia mesmo a sério!

Finalmente concretizava o que tanto desejava. Fazer o desporto que gosto e logo no clube da minha terra. Que alegria, que felicidade. Obrigado, pai!

No final de cada treino espera-me no carro com um sorriso. E se eu estou triste ou angustiado com o mesmo, lança uma das suas piadas e deixa que seja eu a iniciar, caso o queira, a conversa. Nunca alimenta a raiva que por vezes trago do treinador, por não me convocar, ou de algum colega por não me ter passado a bola. Pelo contrário. Diz-me que cada momento é uma aprendizagem e que o facto de eu não ser convocado é uma ótima oportunidade para fazermos um programa em família que não é possível por haver, normalmente, jogos ao fim de semana.

Depois dos jogos, a que assiste – eu bem o vejo, do canto do olho, a bater palmas e a dar um ou outro sinal de apoio para a nossa equipa –, pergunta-me sempre se quero ir já para casa ou lanchar com ele Programa de pai e filho.  Nem uma palavra sobre o resultado e sempre várias de demonstração de apoio: “gostei do vosso jogo, da vossa entrega e alegria”.

Quando eles, pai e mãe, me levam ao treino ou ao jogo, deixam-me “entregue” ao clube, aos treinadores. Confiam neles e sabem que eu também gosto muito dos meus treinadores. Naquelas horas sou mais um dos atletas da equipa e sabem que o treinador me guia para uma experiência saudável na prática desportiva. Nem sempre ficam para assistir. Aproveitam o tempo para fazer outras tarefas.

Claro, gosto de ganhar. Como poderia não ser? Mas gosto de aprender. A fazer as coisas bem, para ser melhor. É importante jogar. Estar lá dentro como os outros. Com os amigos e companheiros. Isso sim, não troco pelas vitórias.

Sim, mais do que ser campeão, quero fazer desporto. Integrar uma equipa. Sentir-me parte dela, em todos os momentos.

Gosto de competir, gosto de ganhar, mas não entendo o desporto que se limita só a isto. A esta ideia, estes princípios, estes valores. Ou melhor, à ausência deles.

Pai, ensinaste-me em casa certos valores, atitudes, respeito pelas pessoas e pelo desporto. Mas aqui nos jogos não os revejo em outros pais. Nem em certas práticas e certos grupos pensados para vencer, que parecem entram em contradição com tudo o que aprendi contigo. Disseste-me que todos devem ter oportunidades e ninguém deve ser excluído por falta de capacidades, quantas vezes mal avaliadas; que o esforço e o empenhamento são tão importantes, talvez mais, que a vitória; que mesmo na derrota podemos sentir-nos bem, ter sucesso, desde que façamos o melhor e sintamos que demos tudo o que nos era possível.

Pai, eu sou feliz e vou continuar a jogar, mas já vejo colegas meus a desistirem porque não se sentem bem. Estão cansados e fartos de conflitos. As expetativas elevadas que tinham, e que os pais deles alimentavam, já se esfumaram. Nem acredito que deixam de fazer algo que tanto os apaixonava!

Obrigado por seres o melhor o pai do mundo.

Feliz Dia do Pai.

#EducaroSonho #deixajogar #ospaistambemjogam #eticadesportiva PNED Vitor Santos

sexta-feira, 15 de março de 2024

Confia Respeita

Pais: Erros mais comuns
Têm habilitações para a função de treinadores
- Acreditam que têm as mesmas, ou mais, capacidades e conhecimentos técnicos dos treinadores que os leva a ter os seguintes comportamentos:
- Questionam abertamente as decisões dos treinadores (o que mina a confiança dos atletas na equipa técnica);
- Gritam para dentro de campo instruções para os seus filhos, muitas vezes até contrárias ao pretendido pelos treinadores durante os jogos;
- Criam juízos de valor sobre o filho e sobre os colegas de equipa, acabando em frases como “o filho do X não joga nada”, ou “porque é que este puto joga na equipa?”, etc .
“Já vejo futebol há muito tempo, percebo muito disto” é a frase típica.


Embaixadores da ‘Ética no Desporto’, para os anos de 2024 e de 2025

 𝐎𝐬 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐞𝐬𝐭ã𝐨 𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐦ã𝐨

Foi, ontem, publicada a listagem dos embaixadores da ‘Ética no Desporto’, para os anos de 2024 e de 2025, designados pelo Conselho Diretivo do IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P.
Senti-me honrado, e surpreso, quando recebi, pela primeira vez, no ano de 2018, o convite para ser embaixador da ‘Ética no Desporto’. O reconhecimento do meu trabalho deu-me força para continuar quando muitos achavam que não valia a pena.
Agora, mais honrado me sinto quando integro a listagem, para os anos de 2024 e de 2025, que contempla, uma vez mais, o meu nome. 💪
São 6 anos com dezenas e dezenas de ações em clubes, associações e escolas. Centenas de quilómetros. Muitas outras ficaram por fazer por motivos profissionais. Grato a todos estes clubes, associações e escolas que me convidaram e receberam sempre tão bem. O desporto agrega e continuo a somar novos amigos. Educar o sonho é uma missão que me enriquece mais a mim do que aos outros.
Na qualidade de Embaixador, comprometi-me a participar ativamente na persecução dos desígnios do Programa Nacional de Ética no Desporto, com todos os seus intervenientes, designadamente na promoção e vivência dos valores no desporto que prometi defender em todas as situações em que participei, a nível profissional, desportivo e como cidadão. Tenho a convicção e feedback que tenho cumprido.
Em 2023, integrar a Comissão de Ética dos Jogos Desportivos de Viseu 2024, organizados pelo Município de Viseu e receber uma Distinção de Mérito, atribuído pela Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APVCD), pelo reconhecimento do meu trabalho no âmbito da promoção da Ética no Desporto, foram incentivos que reforçaram a minha crença no caminho que estou a percorrer.
Ética no Desporto continua a ser uma causa que me motiva.
Grato a todos vós pela força que me transmitem nesta missão. Ser independente dá muito trabalho, mas é tão reconfortante!
𝗢𝗯𝗿𝗶𝗴𝗮𝗱𝗼!



Listagem dos embaixadores para 2024/2025 https://pned.ipdj.gov.pt/embaixadores


terça-feira, 5 de março de 2024

Basta de violência


𝐁𝐚𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐯𝐢𝐨𝐥è𝐧𝐜𝐢𝐚!
#4Illes1FutbolFem
Federació de Futbol de les Illes Balears


Chega de violência!
#4Illes1FutbolFem

#educarosonho #violencia

Os pais também jogam

ÉTICA NO DESPORTO Os pais também jogam   Cfcs Carregal Do Sal #EducaroSonho #eticadesportiva PNED #eticanodesporto #ospaistambemjo...