quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

No treino e jogo os pais são apoiantes

"No treino e jogo os pais são apoiantes. 
Nada mais. 
Quando ultrapassam esta função e que já é muito importante, estão a ser os protagonistas e não o devem ser".




 #quebradeparadigmas

#EducaroSonho
#ospaistambemjogam
#desporto
#deixajogar
#PNED

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Os valores nunca estão em contramão

             Se dezembro é uma época mágica e de encontros familiares, não deixa de ser também uma excelente ocasião para refletirmos sobre os nossos comportamentos.

A retoma da prática desportiva era aguardada com alguma expetativa para verificar se a sua ausência iria conduzir a uma alteração dos comportamentos. Será que íamos valorizar mais o que não tivemos e do qual sentimos tanta falta?

A verdade é que tudo continua igual. No futebol infantojuvenil continuam a ocorrer situações que, no mínimo, deviam envergonhar toda a comunidade. O enquadramento humano do desporto infantil está construído à imagem do desporto adulto. Impressiona, ou não, que não existam diferenças entre o comportamento dos adultos relativamente a crianças e jovens árbitros e aquele que se verifica no desporto sénior.

Continuamos a assistir a situações em que os dirigentes dão livre manifestação às atitudes e comportamentos que são usados nas competições de adultos: levantam-se, insultam árbitros e adversários, protestam, gritam, criam conflitos, etc. Os treinadores dirigem as equipas num clima de exaltação e agressividade que copiam do futebol profissional. São muito interventivos e cortam a criatividade às crianças. Por outro lado, vários treinadores são autênticos atores dramáticos que conseguem provocar um clima de medo e de agressividade entre todos os intervenientes. Por fim, e não menos importante, é o público destes jogos infantis. Quase sempre é constituído por familiares dos atletas que criam com regularidade uma «competição extrema», como se de uma Champions se tratasse. A ansiedade pelo êxito e pela classificação são os únicos pontos de interesse para estes pais. O conflito está quase sempre presente.

A única nota positiva a destacar nesta sinfonia descompassada são os árbitros, quase sempre jovens, que estão atualmente mais sensibilizados e têm uma atitude adaptada ao escalão etário em que estão inseridos.

Hoje, mais do que nunca, temos a certeza que o processo/tarefa é que é importante, ao contrário do resultado/classificação. Os clubes têm de ter um projeto desportivo para cada atleta no contexto de equipa. Não mais podemos ver adultos num campo de futebol a festejarem o que quer que lhe chamem que foi alcançado pelos seus filhos.

O desporto tem de ser encarado com seriedade e também os pais, e bem, devem exigir compromisso aos filhos numa atividade em que o importante é contribuir para o seu desenvolvimento integral e promovê-lo. Mas para ser feito a sério, exige que os adultos assumam conscientemente uma atitude de respeito e saber estar para com as crianças.

Não podemos nunca esquecer que as crianças recolhem nos seus modelos de referência (pais, treinadores, formadores, etc.) elementos que as vão moldar em termos de personalidade, de ser e estar na vida. Os pais não devem permitir que os seus filhos estejam sujeitos a ambientes de violência e têm de desempenhar o seu papel de progenitores: proteger. No desporto, os erros dos pais são amarras para os filhos.

As competições realizadas até à categoria dos sub‑11 tendem a deixar de ter resultados/classificações. Não faz sentido as crianças jogarem com as regras dos adultos, ou sejam, jogar para ganhar, para haver um campeão. As crianças querem jogar com alegria e empenho. Os pais esquecem esta situação, questionam os resultados dos jogos e sobrepõem os seus interesses às necessidades da criança. Não é ficção. Infelizmente, é a realidade.

Ouvir e ver as situações que ocorrem semanalmente em jogos de crianças leva-nos a questionar se estaremos nós em contramão e se esta gente é que está certa?! De certeza que não e eles sabem disso. Admitem-no em privado e desculpam-se em público.

Os adultos encaram-se a si próprios de um modo positivo e bem-sucedido ou sem valor e malsucedido. E é assim que demonstram os seus sentimentos e as suas atitudes: estes dizem muito sobre eles e pouco ou nada sobre quem anda em campo.

Ganhar é um objetivo importante, mas não pode tornar-se um fim em sim mesmo. É imperioso não esquecer que a principal motivação de uma criança se afirma no desejo de jogar – a criança quer jogar!

 Votos de um Feliz Natal e Próspero 2022.



Desenho de Paulo Medeiros


domingo, 12 de dezembro de 2021

E se fosse com o seu filho?!

𝗖𝗿𝗶𝗮𝗻ç𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝟭𝟭 𝗮𝗻𝗼𝘀 𝗶𝗻𝘀𝘂𝗹𝘁𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗻𝗼 𝗱𝗲𝘀𝗽𝗼𝗿𝘁𝗼 𝘀ã𝗼 𝗿𝗲𝗮𝗹𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲𝘀 𝗶𝗻𝗰𝗼𝗻𝗰𝗲𝗯í𝘃𝗲𝗶𝘀 𝗲 𝗰𝗿𝗶𝗺𝗶𝗻𝗼𝘀𝗮𝘀. 𝗝𝗼𝘃𝗲𝗻𝘀 á𝗿𝗯𝗶𝘁𝗿𝗼𝘀 𝗮 𝘀𝗲𝗿𝗲𝗺 𝗮𝗹𝘃𝗼 𝗱𝗲𝘀𝘁𝗮 𝘃𝗶𝗼𝗹ê𝗻𝗰𝗶𝗮 𝘃𝗲𝗿𝗯𝗮𝗹 𝗶𝗱𝗲𝗺.

A verdade é que os comportamentos desviantes de adultos em jogos de crianças (sub11 no caso) são estes. A linguagem usada é elucidativa.
Não aceitar a agressão e ter coragem de denunciar são dois dos requisitos a cumprir para travar a violência no desporto. Dependem muito de todos os agentes desportivos.
Todos somos responsáveis se presenciarmos estas situações e não as reportarmos. Os adultos não podem ser maus exemplos. Não podem levar as suas frustrações para os jogos dos filhos, nem podem compactuar com situações de violência causadas por outros.
Também os clubes não podem ter medo ou preservar a sua imagem assobiando para o lado. É preciso uma intervenção imediata e eficaz da sua parte sempre que ocorram situações como estas.
«𝑬𝒔𝒕𝒆𝒔 𝒑𝒂𝒊𝒔 𝒅𝒆𝒊𝒙𝒂𝒎 𝒅𝒆 𝒔𝒆𝒓 𝒃𝒖𝒔𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒔𝒐𝒏𝒉𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒔𝒆𝒓𝒆𝒎 𝒂𝒔𝒔𝒂𝒔𝒔𝒊𝒏𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒔𝒐𝒏𝒉𝒐𝒔», Hernâni Carvalho (SIC)
Adultos, urge defender os direitos das crianças e dos jovens. Deixem-nos jogar e cumpram o vosso papel: protegê-los!
NOTA: por motivos de proteção de imagem das crianças/jovens e da linguagem usada o vídeo original foi removido.

Os pais também jogam

ÉTICA NO DESPORTO Os pais também jogam   Cfcs Carregal Do Sal #EducaroSonho #eticadesportiva PNED #eticanodesporto #ospaistambemjo...