A mediatização que tem o desporto
dá-lhe uma força que nenhuma outra atividade goza. Conhecemos todos o grande
investimento que as televisões fazem para terem desporto e tudo o que anda à
sua volta, mesmo que sejam só especulações ou suposições. Não se deve
generalizar tomando injustamente a parte pelo todo. Mas é o que se faz!
Os treinadores são os agentes
centrais do desporto. Ser treinador não é só um emprego ou um part-time. Não
pode ser. As suas responsabilidades são acrescidas em relação a um simples cidadão
adepto, cumpridor da lei.
A formação de treinadores tem de
dar cada vez maior relevância aos comportamentos. Os princípios éticos
inerentes a esta atividade são o respeito pelos participantes, a
responsabilidade no exercício da atividade do treinador, a integridade nas
relações humanas e a dignificação do Desporto. Esta dignificação procura
realçar aspetos positivos fundamentais como o fair-play, a competição honesta,
o respeito pelo corpo, a integridade e o desenvolvimento pessoal.
O treinador tem de considerar os
colegas de atividade como parceiros no que respeita ao desenvolvimento das
modalidades desportivas que treinam e fomentar uma saudável relação entre todos
os colegas de classe. Não é um inimigo que está do outro lado. Nunca o é.
O comportamento do treinador determinará os comportamentos daqueles que se encontram dentro da sua esfera de ação. Ele, treinador, é o líder. Todas as suas decisões e ações têm um enorme impacto na sua equipa e no público. Mas quantas vezes as propostas e decisões, a interação que estabelece com os diversos agentes desportivos dependem, quase sempre, mais da decisiva influência de fatores de contexto, dos seus objetivos pessoais e da sua personalidade, que dos conhecimentos adquiridos!
Aqui chegados, impõe-se a seguinte
reflexão: têm os treinadores sido bons exemplos de desportistas?!
Ensinar a prática dos valores do desporto não é difícil. Difícil é encontrar treinadores / formadores que sejam, eles próprios, exemplos de desportistas e referências éticas incontornáveis. Os treinadores, principalmente os profissionais, devem ser modelos de conduta e assumir as suas responsabilidades. Devem ter consciência de que os seus exemplos são seguidos por muitos e existem mesmo aqueles que os replicam em competições completamente diferentes.