Portugal é um país em que as desigualdades são imensas. Um país pequeno e tão dividido entre litoral e interior, entre norte e sul. A responsabilidade é de todos nós. Independentemente da zona do país em que vivamos ou da atividade que exerçamos, somos culpados desta disparidade.
O desporto tem valores e deve
servir para unir. Os clubes têm de ser bons anfitriões. Quem visita tem de ser
bem recebido e quem é recebido tem de saber ser e estar. Não faz sentido nenhum
as Juntas de Freguesia e os Municípios investirem recursos financeiros na
promoção das suas terras e na ajuda ao desporto se depois os clubes, por causa
de uma bola que bate na trave, deitarem tudo a perder! A rivalidade faz parte
do desporto e é muito importante. Só que adversário não é inimigo.
O desporto de proximidade permite
um maior convívio entre as pessoas das zonas circundantes. Podemos e devemos saborear a gastronomia e a
doçaria de outras localidades. Visitar sítios diferentes. Se sabemos receber
bem quando a atividade não é desportiva, porque nos alteramos quando é? É que o
desporto é precisamente o contrário de conflito e violência.
Todos os agentes desportivos (diretores, treinadores, atletas, árbitros, massagistas, etc.) trabalham imenso durante a semana. Dedicam muitas horas à atividade. A verdade é que nas redes sociais todos são peritos em tudo, mas não comparecem nas coletividades na hora que o devem fazer. Discutir desporto com amigos no café não é igual a escrever nas redes sociais. Tal como ter formação académica não é sinónimo de saber ser e estar!
Infelizmente o governo continua
sem publicar o estatuto do dirigente associativo. É indispensável nos dias de
hoje. Muitos agentes têm responsabilidades acrescidas e muitas horas a
trabalhar em prol do associativismo. No final do dia e aos fins de semana tiram
horas à família para se dedicarem ao expediente que não foi possível tratar
durante o horário normal.
Os clubes têm de refletir se vale
a pena em determinado ano competir num campeonato nacional. As receitas tendem
a diminuir, as despesas aumentam, a filosofia de jogo altera-se porque se passa
de uma equipa vencedora e ofensiva para uma que anda à “caça do ponto”. Isto
quando se pode continuar a ser um clube competindo para um bicampeonato!
Cada clube tem o seu próprio ADN
e deve fazer sempre uma reflexão sobre o passo seguinte. Todos queremos sempre mais, mas não podemos
hipotecar ainda mais o futuro do associativismo. A sustentabilidade financeira
tem de estar sempre presente.
Nos campeonatos distritais trabalha-se
bem dentro das condições existentes e em horários tardios. A grande maioria dos
treinadores têm formação e sabem o que querem e o que fazem. Os dirigentes
começam a ter formação na área. A “técnica” do grito já não chega nos dias de
hoje. Os atletas têm mais conhecimentos do jogo. São mais exigentes com o
treino e com o comportamento.
A vitimização tão frequente já
cansa. Se todos são vítimas, onde está o vilão?! Não existe… Por isso, desfrutem
e convivam com desportivismo.
Votos de uma excelente época
desportiva 2023/2024.