Qual é a verdadeira realidade portuguesa? As selecções ou a falência dos clubes portugueses?! A falência, sem dúvida.
Clube Académico de Futebol, Sport Comércio e Salgueiros, Sporting Clube de Farense, Alverca Futebol Clube são históricos que desapareceram do futebol sénior. Outros virão atrás.
O futebol precisa de praticantes federados e de público. Estes são elementos essenciais à vivência do futebol. E são precisamente estes que não existem.
As assistências nos campos de futebol são cada vez mais diminutas e o número de atletas federados está longe, muito longe do número desejável. A importação de jogadores, a construção de planteis com dúzias de não portugueses, não é a justificação para o fraco número de praticantes. É a politica de fomentação desportiva ou falta dela que condiciona toda a realidade portuguesa.
No Porto, a exemplo, constrói-se uma Sede para a Associação de Futebol do Porto de ostentação de riqueza e os jovens jogam no velhinho, pelado, do Campo da Constituição!
Estas são as prioridades de quem dirige o desporto em Portugal. Primeiro são gabinetes, fatos e gravatas e depois as infra-estruturas desportivas.
Tem de haver decisões políticas do Governo e das Autarquias, pois são os grandes financiadores dos clubes que, quase, não têm outras fontes de rendimento.
Dizer o que se pensa ainda é um prazer caro
Eu estou sempre a surpreender-me. É algo que ainda faz com que a vida valha a pena ser vivida.
Quando escrevi, há 2 semanas atrás, aqui neste espaço fazendo fé nas palavras do candidato vencedor à CMV, Dr. Fernando Ruas, que a sua vitória era também a do Fontelo e do Multiusos nunca pensei gerar uma reacção tão forte por parte de alguma opinião. Mas, até, como sempre achei que a ira calada é a mais perigosa agrada-me o contraditório.
Pensava eu que era o artigo mais consensual de todos até agora e foi precisamente o contrário.
O debate que se gerou à volta do Fontelo prova o carinho e as potencialidades que lhe são reconhecidas e não aproveitadas. Quero e disse-o acreditar que é desta que Viseu através do Fontelo arranca para uma prática desportiva organizada e credível.
Não existe ainda uma movimentação que permita afirmar que a dinamização do Fontelo está em curso, mas acredito que está projectada. Se estivermos sempre à espera de outra oportunidade, estamos a perder o nosso tempo. Hoje tudo tem se ser feito bem e depressa. Devagar, ninguém mais vai longe.
Durante anos os espaços desportivos não acompanharam o crescimento dos concelhos, foram muitos os que não tinha onde praticar desporto, nem sabiam como fazê-lo.
As estruturas desportivas que estão a reforçar o Fontelo são a maior aquisição desportiva que a cidade fez, em que só o uso incorrecto das mesmas pode deitar tudo a perder.
Estamos no século XXI não mais se pode viver do improviso, do remedeio. O Fontelo começa a ter estruturas que podem permitir um desenvolvimento desportivo sustentado na planificação, na organização. Sabendo que clubes existem, recursos humanos também é chegada a altura de criar um projecto desportivo sério.
Quanto ao Multiusos é de reconhecer que não é para assegurar a prática desportiva dos viseenses. Mas quanto a esta estrutura . . .ninguém planeia o fracasso, falha-se muito é nos planeamentos, nas denominações.
Uma acção bem planeada é aquela que assegura a maior felicidade a um maior número de pessoas.
A melhor maneira de ver o nível de vida de uma cidade, de uma população é investigar a qualidade dos seus tempos livres: cultura, desporto e lazer.