Formar um atleta não é apenas treiná-lo para competir. É acompanhá-lo num processo longo, exigente e profundamente humano. Nas categorias de formação, clubes, federações e agentes têm como objetivo preparar jovens para o futebol profissional, enquanto famílias e grande desafio é traO I desenvolvimento de um jovem atleta é longitudinal e multifatorial: depende da técnica, da saúde física e mental, da educação, do contexto social e, acima de tudo, da qualidade das relações que o rodeiam. Por isso, o trabalho interdisciplinar deixou de ser opcional — é absolutamente inegociável.
Clube, família e agente devem atuar de forma integrada, partilhando informação, expectativas e responsabilidades. O treinador precisa de conhecer o jovem para além do campo; a área da saúde deve dialogar com a técnica; o psicossocial tem de estar presente no dia a dia; e a família precisa de ser parceira ativa no processo, estabelecendo rotinas saudáveis, equilíbrio emocional e valores sólidos.
Quando este triângulo — clube, família, agente — funciona de forma alinhada, o atleta cresce não apenas em performance, mas como pessoa.
E é aqui que tudo começa: na formação do ser humano que precede o jogador.
A presença do agente de forma equilibrada e responsável, o acompanhamento familiar coerente e o compromisso dos profissionais do clube criam o ambiente ideal para que o jovem se desenvolva de forma sustentável, aprendendo a lidar com vitórias, derrotas, frustrações e expetativas.
Educar o sonho exige tempo, paciência e integração. Cada detalhe conta: o treino, a rotina diária, a comunicação, as redes sociais, as relações, o descanso, a escola, a forma como se lida com o sucesso e com a dificuldade.
Tudo isso influencia — positiva ou negativamente — a performance do atleta.
No fundo, construir uma carreira é isto: cuidar do processo, proteger o jovem e formar a pessoa para que o jogador possa existir.