quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Criar clubes para duas ou três pessoas é protagonismo

Portugal é um País muito sui generis. Existem presidentes e treinadores a mais e directores e atletas a menos.
Em tempos, o Prof. Carlos Queirós falou da necessidade urgente de Portugal aumentar o número de praticantes de futebol. Pregou no deserto.
Que temos hoje? Muitos clubes, campeonatos a mais, treinadores no desemprego e uma falta enorme de atletas.
Os clubes estão em falência, os campeonatos não têm qualidade, valha-nos a qualidade existente a nível de treinadores e atletas. Mas isto todo sabemos. É uma constatação. São factos.
Nem vale falar na ausência de público nas bancadas, da falta de adeptos.
Perante esta situação que fazer?! Criam equipas, pois nem clubes os podemos considerar. É verdade.
Esta é a solução que alguns iluminados encontram para a resolução da «crise», para darem entrevistas e se apresentarem como salvadores da Pátria.
Aparecem, sem recursos físicos nenhuns, sem um suporte financeiro garantido, mas um protagonista mor isso não falta de certeza.
É preciso de uma vez por todas exigir requisitos mínimos. Não devia ser possível criar um clube sem ter «casa», sem ter receitas, sem ter um projecto desportivo sério e rigoroso. Não são alternativas, não trazem nada de novo, vêm para subtrair.
Criar clubes com base e para duas ou três pessoas é protagonismo. Não serve o desporto, não serve a região.
Amanhã, estão na Câmara Municipal a exigir subsídios. O subsídio-dependência é tão triste, mas bem português e fácil.
Defendo o reforço e crescimento dos clubes existentes. Viseu já tem clubes que a sirvam, agora é unir esforços e partilhar recursos.
Dividir para reinar não serve ninguém. Consolidemos o que temos e só depois partimos para novas alternativas. Há lugar para todos mas só se corrermos na mesma direcção. Servindo e não nos servimos. Imagine-se uns campeonatos distritais de futsal, de andebol, de râguebi entre as equipas do Repesenses e do Lusitano de Vildemoínhos; do Ranhados com o Viseu e Benfica. Outras localidades têm estatuto para aparecerem como são exemplo o Farminhão e Rio de Loba. Não acredito que estes clubes fechem a porta a novas secções, caso estas sejam apresentadas com credibilidade e sempre com uma autonomia total.
Estes clubes têm adeptos, têm história, têm atletas só que também têm Presidente, treinadores e estes é que são os lugares que os protagonistas ambicionam.
Uma imagem fica este fim de semana em todos nós: a do pequeno Martunis de 7 anos, que com a camisola portuguesa vestida sobreviveu 19 dias depois da catástrofe do Tsunami. O futebol tem destes contrastes, também tem destas histórias bonitas. A reflectir.
22 de Janeiro de 2005

𝐎 𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥 𝐧ã𝐨 𝐬𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐥𝐮𝐭𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐚 𝐯𝐢𝐨𝐥ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞 𝐚 𝐟𝐚𝐥𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐬𝐩𝐞𝐢𝐭𝐨?!

Todos concordamos que sim. Mas a verdade é que os conflitos em jogos da formação não param. São frequentes as contestações dos adultos, sem ...