quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Nova legislatura, novo olhar para a Formação Desportiva

No próximo domingo, 20 de Fevereiro, Portugal vai a votos para eleger mais de duas centenas de deputados. Façamos votos que os eleitos do povo, sejam cinzentos ou multicores, tenham a coragem de criar uma legislação desportiva menos populista e mais consentânea com o País que somos.
Defendo a reforma do sistema desportivo com uma aposta forte na iniciação e formação no desporto.
Não acredito num sistema que diariamente vê jogadores em greve, sem receber salários, com clubes que à sexta-feira ainda não sabem se comparecem ao jogo de domingo.
O futuro do desporto português passa pela formação. Portugal vai ter de dar um passo atrás para poder dar muitos à frente, a médio prazo.
Não é fácil mudar mentalidades. Mas dos fracos não reza a história.
Viseu tem cidadãos interessados, pessoas que têm a vivência do desporto e muitos com a complementaridade académica que lhes transmitiu conhecimentos que continuamos a desperdiçar. A formação não tem resultados imediatos, é um caminho longo e nem sempre há paciência para esperar pelos resultados.
Necessitamos de criar um esforço comum, que nos envolva a todos: crianças, pais, treinadores, dirigentes. Os pais têm de ter a vivência no desporto que têm na escola, no acompanhamento dos filhos. Cada ano é uma fase, não se pode saltar. As crianças são iludidas com sucesso fácil. Chega-se a dar como prémio de sucesso escolar a ida ao Porto, Lisboa para treinar num clube de topo. Vaidades despropositadas e perigosas. Hoje qualquer jovem pode treinar nestes clubes que numa aposta de marketing têm datas para receber atletas que os pais «empurram» para o que pensam ser mais fácil alcançar o sucesso. Hoje já se trabalha bem em quase todo o lado.
Para se fazer um jogador de top, dezenas de jovens viram as suas vidas frustradas pela aposta «cega» no desporto.
Os treinadores têm também um papel decisivo. Em Viseu há gente tão boa como em outros lados na área do treino desportivo. Hoje todos temos acesso a informação, ao conhecimento técnico. A diferença faz-se na liderança, nos recursos físicos e não no desconhecimento ou na ignorância.
Ainda são o elo de ligação entre toda uma estrutura que começa no clube e acaba na criança, passando pela família. Gerir toda esta organização nem sempre é fácil e desgasta. Começa a ser imprescindível a criação de estruturas fortes de componente técnica e directiva que tenham um projecto sério. Ainda há treinadores, são os velhos do Restelo, que pensam saber tudo mas que são importantes demais para treinar jovens! Mas já são poucos.
Os jovens atletas ganhem ou percam divertem-se na competição sendo o resultado uma mera indicação para o treinador avaliar, internamente, a evolução dos seus atletas. É preciso tempo. Mas é gratificante.
Os dirigentes desportivos têm na formação quase sempre a única fonte de receitas e de resultados desportivos. Quando perceberem isso e sorrirem com a visão de uma criança a jogar à bola tudo pode melhorar. É simples, acreditemos.
A nova Taça de Lisboa é uma iniciativa que me parece de louvar e um bom exemplo a seguir. Criada para gerar receitas, consiste numa competição entre os clubes de Lisboa em 12 modalidades durante um breve período de tempo. Ao contrário dos jogos da amizade, esta é virada para aqueles que fazem desporto de competição todo o ano. É justo. Não precisam de alterar Bilhetes de Identidade para praticarem desporto.
Proporciona o progresso e reforço das Instituições desportivas, como defendo, e promove a competição com índices de motivação elevados por se tratarem de Derby´s que movimentam sempre muitos intervenientes e adeptos. Uma competição que permite a partilha de conhecimentos entre os vários agentes desportivos que vivem a mesma realidade.

Viseu Futsal 2001

Abro um parêntesis para uma palavra ao Viseu Futsal 2001. As excepções confirmam as regras, e pelo que conheço deste novo clube, julgo ser uma das boas excepções. Trouxe dirigentes novos, apresenta um discurso sólido, acredita no projecto que criou. Até na forma como se «defendeu» aqui marcou a diferença. Pela positiva.
Divulgar actividades, promover espectáculos, apresentar linhas orientadoras não é protagonismo. É informação. Parece-me que é isso que o Viseu Futsal 2001 tem feito. Mais o fizessem.
Por último, nunca tive intenção de retirar direitos a quem quer que seja. A Constituição da República, em 299 Artigos dá-nos direitos e impõe-nos deveres. Eu faço por usufruir os direitos e cumprir os deveres.

21 de Fevereiro de 2005

Estar calado tem o seu tempo, falar também

Esta frase ilustra na perfeição o que se tem vindo a passar no meio desportivo viseense em relação ao Ac. Viseu SAD. As dificuldades que o clube tem vindo a atravessar e a solução encontrada com a entrada da Administração actual, levou a que se criasse o consenso de que não era momento de se falar, mas de dar tranquilidade e tempo. Mas o Académico tem o seu único objectivo traçado por esta Administração, a subida de divisão, seriamente comprometida. Será justo fazer qualquer tipo de crítica a esta Administração, quando ninguém mais teve coragem, ideias ou o «dever» de entrar ou ficar?!Parece-me que é chegada a altura de se dizer algo.
A SAD Academista parece que tem vindo a liquidar dívidas, a negociar conflitos laborais. Não se tire o mérito a quem o tem.Têm chegado a Viseu atletas com currículo e que afirmam nas conferências de imprensa acreditar no projecto do Ac. Viseu SAD. Nós só sabemos que a subida de divisão à primeira Liga em 2/3 anos é o objectivo. O projecto reduz-se a este objectivo?! Não creio.
Não acredito em modelos perfeitos, ideais ou infalíveis. Acredito em trabalho, em bom senso. E aqui no Ac. Viseu SAD parece-me haver. Falta uma convergência no caminho a trilhar entre Académico SAD e Clube. Mas agora era altura de arrumar a casa… aceita-se este afastamento por enquanto.
A equipa de futebol tem hipotecado todo este trabalho. Algo não funciona. A equipa técnica, parece-me, bem liderada e com ideias concretas. Rui Bento, com um passado notável como profissional de futebol, apostou vir para Viseu dar início a uma carreira de treinador porque acreditou em si e no grupo que lhe colocaram nas mãos.Os atletas são do que melhor existe na 2.ª Divisão B. Que tem falhado?! Porque não funciona a equipa enquanto tal?!A sociedade desportiva viseense tem auxiliado ao dar tranquilidade a este grupo de trabalho.É altura de gerar rupturas, de movimentar as águas, de forma a sacudir para a frente esta equipa.
Por vezes, como José Mourinho afirma, criar rupturas, conflitos, desperta sentimentos que são muitas das vezes factores determinantes nas atitudes dos atletas, na forma de encararem o jogo. Mexer, se for preciso, com o brio destes profissionais. Preferível isto a uma paz podre. Esta é uma equipa toda nova, que precisava de tempo, mas no mundo em que vivemos não é permitido esbanjar tanto. Na sociedade actual, devagar e bem ninguém vai a lado nenhum. Tem de ser depressa e bem. Acreditemos neste Ac. Viseu, mas tem de vir de dentro do campo para fora um novo sinal de esperança, de motivação. Têm o nosso voto de confiança.
A saída do atleta Rui Lage é mais um golpe na estrutura viseense. É que começa a ser este um clube desligado da cidade, sem referências, e para um clube que está em estado comatoso, não as ter, não ter o melhor do seu passado presente podem ser irreparáveis os danos.
Ordenados em atraso?! Continua na mesma o Ac. Viseu? Radicalizem-se posições, mas mortes lentas e agonizantes, não.
É chegada a hora de avaliar desempenhos, resultados, objectivos da equipa e dos profissionais. E tirar conclusões de forma a ainda se ir a tempo de andar depressa e bem ou, simplesmente, deixar de andar.
12 de Fevereiro de 2005

𝐄𝐝𝐮𝐜𝐚𝐫 𝐨 𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨: Ética e Envolvimento Parental na Prática Desportiva 📚⚽🏅

O desporto é uma escola de vida, onde se aprendem valores como o respeito, a resiliência e o espírito de equipa. Mas será que todos os inter...