Na minha missão de Embaixador do
PNED, tenho percorrido algumas escolas do 2.º ciclo e secundárias do
Distrito e encontro estupefação por parte de muitos jovens quando se lhes é
apresentado o Desporto – nos seus valores. Muitos, infelizmente, não são
praticantes. Têm a noção de que o desporto é o que as televisões e redes
sociais amplificam, sendo essa imagem quase sempre o que não tem lugar no
desporto: violência, racismo, corrupção e o "vale tudo" para a minha
equipa "grande" ganhar. Vivemos momentos de grande mediatização de
comportamentos na prática desportiva. A verdade é que os exemplos negativos são
explorados e repetidos até à exaustão, ao contrário dos positivos.
O consumidor prefere os
primeiros. Felizmente temos muitos e excelentes exemplos dos segundos. São
precisamente esses que o cartão branco sinaliza, promovendo o desporto no que
de melhor tem na sua essência. "O Cartão Branco é um recurso pedagógico
que visa enaltecer condutas eticamente corretas, praticadas por atletas,
treinadores, dirigentes, público e outros agentes desportivos". É um
motivo de orgulho e motivação para quem o recebe e para quem está na génese
dessas boas atitudes.
O cartão branco é fairplay. "A sua exibição junto dos
escalões de formação é especialmente importante para o reforço de competências,
a nível do desenvolvimento pessoal e social, contribuindo para a assimilação e
difusão de valores. No entanto, os Cartões Brancos podem ser alvo de mostragem
em qualquer escalão/categoria, já que constituem também um estímulo e uma
referência para os próprios, mas também para os restantes envolvidos na
modalidade".
"Serve como uma forma que o
árbitro tem de valorizar aquilo que são os bons comportamentos e os valores
positivos do desporto", referiu o ex-árbitro internacional João Capela,
que é um dos principais promotores desta iniciativa.

Os valores éticos constituem-se,
cada vez mais, como uma preocupação de grande importância. Temos de divulgar e
promover as boas práticas adotando novas medidas junto dos mais jovens. O
desporto é um poderoso instrumento de combate às desigualdades sociais. É
possível competir com ética. Muitos já nos estão a ensinar isso.
A importância destes cartões
brancos, vendo o desporto como uma escola de valores, é tentar educar também
quem está fora do campo. É educar quem está a ver o jogo.
Esperemos que a comunicação
social seja, enquanto órgão de informação pertinente e rigoroso, um veículo de
transmissão destas ações e, consequentemente, destes valores.