Decidi mudar o meu filho para outra equipa de futebol.
E quero explicar porquê.
Durante anos, desde os 7, jogou sempre no mesmo clube. Uma boa equipa, com um treinador dedicado e resultados incríveis.
Mas há algo que me começou a incomodar: o meu filho não sabe o que é perder.
Ganham sempre.
E, no meio de tantas vitórias, começou a perder o essencial — a humildade, a empatia, o prazer de jogar.
Olha para os colegas de escola de cima para baixo, convive apenas com os do grupo “A” e, aos 12 anos, mostra uma competitividade e uma arrogância que me assustam.
Não é isto que quero para ele.
Quero que aprenda a perder com dignidade, que valorize o esforço, que estenda a mão ao colega que falha.
Quero que descubra os próprios limites e que os enfrente com coragem.
Quero que perceba que perder não é fracassar, é apenas o primeiro passo para recomeçar — com mais vontade e mais coração.
Também quero que o deixem errar, arriscar, criar.
Que jogue com alegria, sem medo.
Por isso decidi mudar.
Vai jogar numa equipa onde talvez perca mais vezes… mas espero que volte para casa com um sorriso verdadeiro, que recupere a amizade dos colegas da escola e, acima de tudo, que cresça como um homem melhor.
As taças e as medalhas?
Ficam para quem ainda não percebeu o verdadeiro significado do desporto.
