quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ac.Viseu: para quando o debate?

A Sé Catedral de Viseu ia caindo quando, em Março, a Direcção do Clube Académico de Futebol, em comunicado, alertou para o estado actual do clube. Indignaram-se, revoltaram-se muitos viseenses ilustres com a possibilidade referida no comunicado da sua possível extinção, caso não houvesse inversão no caminho que o clube segue.
Dois meses se passaram e surge a pergunta: que foi feito para inverter esse caminho?
Nada. Mesmo nada. Esta é a realidade, triste, do Académico de Viseu.
Da Assembleia-geral do Clube, que contou com cerca de 50 sócios, saiu uma Comissão Administrativa que se prontificou, corajosamente, a garantir um final de época desportiva. Foi tudo o que se conseguiu arranjar.
O debate sobre o Académico de Viseu morreu por aí. Como se tudo tivesse bem e o futuro do clube estivesse garantido. Vem, agora, a CA promover um peditório junto do tecido empresarial e comercial de Viseu. Dá assim um forte sinal de que as coisas continuam mal. Ninguém pede quando tem.
Peditórios são soluções pontuais, não fazem parte de uma gestão contínua e programada.
A época desportiva 2004-2005 corre para o fim e com ela o terminar de um ciclo que pode ser mesmo o cair por terra do clube.
Nestas últimas época, as equipas de formação do Académico de Viseu têm partido em desvantagem relativamente aos adversários, pois não têm recebido os subsídios a que têm direito. Não se pode arrastar esta situação por mais tempo. Está em causa a verdade desportiva.
A Comunicação Social não mais promoveu o debate e o clube sente-se sem meios físicos e humanos para o fazer. Só mesmo nos cafés se vai falando do que está mal e do que o clube já não dá. Do bom e do prestígio já poucos se lembram.
Ouve-se é muita gente falar “no meu tempo” esquecendo-se que foi a desorganização de muitos anos que leva o clube a esta situação. Na maior parte das vezes pensando que estavam a fazer bem, estes dignos dirigentes estavam a criar vícios a adiar soluções. O mal geral do futebol português: um passo sempre maior que as pernas.
Alguns dos profissionais, que “vestiram” a camisola negra do CAF, falam do que deram ao clube, esquecendo-se que foi a Instituição quem lhes deu mais. Entre o deve e o haver o clube fica sempre de prejuízo. Falam como se o Clube fosse seu mas que outros se apoderaram dele. O Clube é de e para todos. Mas ninguém é eterno, todos têm um tempo de estar. Ser-se academista é para sempre.

Quem vai gerir o Académico? De que forma, para onde? Tem sentido fazer formação no Ac. Viseu para alimentar os clubes da região e não o plantel sénior do clube?! Precisam-se de explicações, de se saber qual a orientação.
Chega a altura de debater tudo e todos. De debater o futebol viseense, o papel que o Académico de Viseu tem e pode ter. Que querem as entidades, as pessoas da Região?
A carreira da equipa sénior tem, parece, condicionado todo este debate, com a possibilidade de subida de divisão. Falar agora pode ser sempre factor de destabilização e talvez por isso pouco ou nada se fale. O tempo está a passar muito depressa, são precisas decisões.
Sem protagonismos, sem se ser dono da razão, deve-se debater com bom senso e com o dever de contribuir para o desenvolvimento do futebol em Viseu.
Promova-se o debate, com urgência. Reúnam-se agentes desportivos, convidem-se as Instituições, chame-se quem tanto parece saber, nos cafés, mas reúnam-se rapidamente e encontrem-se soluções ou então… é mesmo o fim.
Há muita juventude da Região que está na expectativa. Que gostaria de saber se tem ou não Académico de Viseu para praticar desporto continuamente durante o ano, como deve ser norma de uma formação desportiva de qualidade.
Na última semana num jantar de angariação de fundos, o Académico juntou cerca de três centenas de viseenses! No que mais não foi que um balãozinho de oxigénio. Mas todos quiseram estar na foto. Defendi a iniciativa, mas preferia ver estas centenas de pessoas na última Assembleia do Clube. É que se o tivessem feito, talvez este jantar não tivesse sido necessário.

E a Sé Catedral se não caiu até agora, com o que tem observado, também já não cai.

in Jornal do Centro (29-04-2005)




Jantar de recolha de fundos conta com a presença de João Manuel

Realiza-se esta segunda-feira, dia 18 de Abril, um jantar de angariação de fundos para ajudar os profissionais do Académico de Viseu SAD. Esta foi a forma encontrada pelos mesmos para recolherem algum dinheiro que lhes permita fazer face às dificuldades que enfrentam pela falta de recebimento dos ordenados. 2005 ainda não chegou ao Académico SAD no que respeita aos pagamentos de vencimentos aos seus atletas profissionais!Os resultados desportivos estão a ser bastante motivadores e se mais não fosse, só por isto, estes Homens merecem ver os compromissos assumidos para com eles satisfeitos.As dificuldades não são exclusivas do Académico de Viseu o que leva a que se questione e avalie a forma como o futebol profissional em Portugal tem sido gerido.
Não é, concerteza, a deslocação de profissionais de futebol para a organização deste tipo de eventos uma gestão correcta de um clube.
Mas neste momento, é de saudar a iniciativa e apoiá-la.Esta não é altura de questionar que Académico vamos ter no futuro, pois este está dependendo dos resultados desportivos no Campeonato da 2.ª Divisão e de quem irá ficar a gerir o clube.Vamos ver como responde a Cidade a esta chamada, se os viseenses mais ou menos ilustres, com responsabilidades sociais, politicas, desportivas vão aparecer, transmitir solidariedade e dizer que estão atentos a esta triste situação em que o clube continua envolvido. O Académico está na luta pela subida de divisão, os jogadores têm ganho os jogos e será esta uma boa altura de lhes dar força e não os deixar desanimar. A fasquia está alta mas possível de alcançar. Esperemos que o Expo Center, no Day After, seja pequeno para a manifestação de apoio que os viseenses vão fazer aos atletas profissionais do CAF. Esta iniciativa vai contar com a presença de João Manuel. A solidariedade vai ser assim reforçada neste jantar com uma pequena, mas de certeza sentida, homenagem ao João.Acredito que o João Manuel vai se sentir grato e quando a homenagem vem dos próprios colegas de ofício, o significado da expressão solidariedade aumenta.
João Manuel vai ser alvo de um almoço de homenagem em Sernancelhe nos finais deste mês. Os beirões não esquecem os seus filhos. E todas estas manifestações são mais do que justas, mais que merecidas.

14 de April de 2005

"𝐐𝐮𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐨 𝐣𝐨𝐠𝐚𝐫 𝐟𝐮𝐭𝐞𝐛𝐨𝐥? 𝐏𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐧ã𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐞!"

15º vídeo de la serie #noseashooligan de la Fundació Brafa contra la violencia en el deporte. #EducaroSonho #respect #respeito #ospaista...